Diretrizes Estratégicas para o VI Congresso Unebiano de Ciências Biológicas

Consolidando a Identidade Regional e Explorando as Fronteiras do Conhecimento no Semiárido

Instituição: Universidade do Estado da Bahia (UNEB)

Área: Ciências Biológicas

Tipo de Documento: Diretrizes Estratégicas

Evento: VI ConUCBio

Região: Semiárido Baiano

Data: 2025

Seção 1: A Trajetória do ConUCBio - Análise da Evolução Temática e Consolidação de uma Identidade

A proposição de um direcionamento estratégico para a sexta edição do Congresso Unebiano de Ciências Biológicas (ConUCBio) exige, primeiramente, uma análise aprofundada de sua trajetória. O histórico do evento revela uma notável maturação, evoluindo de uma resposta a crises globais para uma afirmação proativa de sua identidade regional, profundamente enraizada nas particularidades do semiárido baiano e nordestino. Compreender essa evolução não é apenas um exercício retrospectivo, mas a chave para garantir que o VI ConUCBio construa sobre as fundações de seu sucesso, consolidando seu papel como um fórum científico de relevância singular.

1.1 As Edições Iniciais: Respostas aos Desafios Globais (I e II ConUCBio)

As primeiras edições do ConUCBio foram moldadas por um contexto global de incerteza e pela necessidade premente de a ciência se posicionar frente a desafios de grande escala. A primeira edição (I ConUCBio), realizada por volta de 2020, teve sua programação fortemente influenciada pela crise sanitária mundial. Palestras como "Zoonoses urbanas e as comunidades carentes" e a mesa-redonda "Pandemia da Covid-19 e suas implicações sociais e epidemiológicas" demonstram um alinhamento direto com as preocupações imediatas da sociedade e da comunidade científica naquele momento.

Seguindo essa linha, o II ConUCBio, ocorrido de forma online em outubro de 2022, ampliou essa reflexão para um campo mais abrangente com o tema "Tecnociência, Educação e Sociopolítica: o que eu tenho a ver com isso?". Este tema, embora ainda ecoando a "nova realidade provocada pela pandemia", transcendeu a discussão puramente epidemiológica para questionar o papel da ciência, da tecnologia e da educação na estrutura social e política.

1.2 O Ponto de Inflexão: O Foco no Semiárido (III ConUCBio)

A terceira edição do congresso, em 2023, representa um marco fundamental e um ponto de inflexão estratégico em sua história. Ao ser sediado presencialmente pelo Campus VI da UNEB em Caetité, no coração do Alto Sertão baiano, o III ConUCBio realizou um movimento deliberado de ancoragem regional. O tema central, "Natureza e Sociedade: desafios contemporâneos e possibilidades no semiárido", sinalizou uma mudança de paradigma: o congresso deixava de apenas reagir a pautas globais para ativamente construir uma agenda de pesquisa e debate a partir de sua própria realidade territorial.

Destaque: Essa mudança não foi meramente cosmética. Ela redefiniu a identidade do evento, transformando-o em um espaço especializado e de referência para as Ciências Biológicas no contexto do bioma Caatinga.

1.3 Continuidade e Expansão do Modelo (IV ConUCBio e Perspectivas)

A continuidade desse modelo de identidade regional é evidenciada pela programação do IV ConUCBio, previsto para setembro de 2024 no Campus II da UNEB em Alagoinhas. A natureza itinerante do congresso, movendo-se entre diferentes campi, enriquece sua proposta ao permitir que as diversas realidades socioecológicas da Bahia sejam sucessivamente postas em destaque.

Tabela 1: Mapeamento Histórico e Evolutivo do ConUCBio
Edição (Ano) Tema Central Campus Sede/Modalidade Palavras-chave/Eixos Temáticos Vetor Estratégico
I (c. 2020) (Não formalizado, foco em palestras) Online Pandemia, Covid-19, Zoonoses, Saúde, Impactos Socioeconômicos Resposta à Crise Sanitária Global
II (2022) "Tecnociência, Educação e Sociopolítica: o que eu tenho a ver com isso?" Online (Sede simbólica: Campus X - Teixeira de Freitas) Tecnociência, Sociopolítica, Educação, Pandemia, Divulgação Científica Reflexão sobre o Papel da Ciência na Sociedade Pós-Pandemia
III (2023) "Natureza e Sociedade: desafios contemporâneos e possibilidades no semiárido" UNEB Campus VI - Caetité (Presencial) Semiárido, Sociedade-Natureza, Biodiversidade, Sustentabilidade, Inovação Ancoragem Regional e Identidade Biômica
IV (2024) (Não divulgado) UNEB Campus II - Alagoinhas (Presencial) (A ser definido) Consolidação do Modelo Itinerante e Regionalizado

Este mapeamento evidencia uma narrativa clara: o ConUCBio evoluiu de um evento generalista, influenciado por pautas externas, para um congresso especialista, com uma identidade forte e um propósito claro de liderar a discussão científica sobre o semiárido. A proposta para a sexta edição deve, portanto, reconhecer e aprofundar essa vocação, posicionando o evento na vanguarda do conhecimento sobre a região.

Seção 2: O Ecossistema Científico do Semiárido - Vetores de Pesquisa e Inovação

Para que o VI ConUCBio seja relevante e impactante, seu tema deve dialogar com as fronteiras do conhecimento científico. Uma análise da produção recente revela que a pesquisa no semiárido nordestino, longe de ser periférica, está no centro de debates cruciais sobre sustentabilidade, biotecnologia e adaptação climática. Três grandes vetores de pesquisa e inovação se destacam, formando um ecossistema científico vibrante que deve ser o alicerce temático do congresso.

2.1 A Revolução da Bioeconomia: Prospecção Biotecnológica na Caatinga

O vetor mais dinâmico da pesquisa atual no semiárido é a bioeconomia, que representa uma mudança de paradigma na forma como a Caatinga é percebida: de um bioma supostamente "pobre" para uma fonte estratégica de soluções biotecnológicas. Este campo avança em múltiplas frentes:

  • Microbiologia Aplicada e Bioinsumos: Pesquisas de ponta estão focadas no isolamento de microrganismos extremófilos — bactérias e fungos nativos da Caatinga — que possuem mecanismos únicos de resistência a altas temperaturas, salinidade e estresse hídrico.
  • Bioprodutos e Prospecção Farmacológica: A biodiversidade da Caatinga é um vasto laboratório natural para a descoberta de novas moléculas e materiais.
  • Estratégia de Desenvolvimento Regional: Essas linhas de pesquisa não são isoladas. Elas se inserem em uma estratégia mais ampla, promovida por instituições como a Embrapa e a Sudene.

2.2 Genética da Resiliência: Conservação da Agrobiodiversidade e de Raças Adaptadas

Paralelamente à busca por inovação, há um forte movimento de valorização e conservação do patrimônio genético que constitui a base da resiliência do semiárido. Este vetor de pesquisa reconhece que a adaptação às condições adversas da região é um processo coevolutivo de milênios, cujo conhecimento está codificado tanto nos genes de espécies locais quanto nas práticas culturais das comunidades.

2.3 Novas Fronteiras: Saúde Única, Mudanças Climáticas e a Integração dos Saberes

O terceiro vetor de pesquisa é caracterizado pela sua natureza integradora e interdisciplinar, buscando superar as fronteiras tradicionais das Ciências Biológicas para abordar problemas complexos que exigem uma visão holística.

Seção 3: Proposta Central para o VI ConUCBio - "Semiárido Vivo: Bioeconomia, Resiliência e Saberes em Conexão"

Com base na análise da trajetória evolutiva do ConUCBio e no mapeamento dos vetores científicos mais dinâmicos da região, propõe-se para a sexta edição do congresso o tema central: "Semiárido Vivo: Bioeconomia, Resiliência e Saberes em Conexão". Este tema foi concebido para ser, ao mesmo tempo, inspirador, abrangente e estrategicamente alinhado com a identidade consolidada do evento e com as fronteiras do conhecimento. Cada um de seus componentes possui uma justificativa clara e intencional.

3.1 Justificativa do Tema Central

A força deste tema reside na sua capacidade de sintetizar, em uma única frase, a visão de futuro para a pesquisa biológica na região, articulando os principais eixos de debate científico e social.

"Semiárido Vivo":

Este termo inicial é uma declaração de propósito. Ele funciona como uma poderosa contranarrativa aos estereótipos históricos que associam o semiárido à escassez, à pobreza e à inviabilidade. "Vivo" afirma a exuberância da biodiversidade da Caatinga, a riqueza cultural de seus povos e a vitalidade de uma ciência que floresce em seu seio.

"Bioeconomia":

Este pilar ancora o congresso no vetor de pesquisa mais inovador e economicamente relevante da atualidade para a região. A inclusão explícita do termo "Bioeconomia" posiciona o VI ConUCBio como um fórum de vanguarda, dedicado a discutir não apenas a biologia fundamental, mas sua aplicação direta no desenvolvimento de um novo modelo econômico sustentável.

"Resiliência":

Este conceito é cientificamente robusto e multifacetado, servindo como um elo conceitual entre diversas áreas da biologia. "Resiliência" abrange, de forma elegante, tanto a dimensão genética da adaptação quanto a dimensão ecológica e social.

"Saberes em Conexão":

Este componente final reflete a maturidade do pensamento científico sobre o semiárido, reconhecendo que o conhecimento se constrói na intersecção de diferentes disciplinas e visões de mundo. "Saberes em Conexão" valoriza a interdisciplinaridade, promovendo o diálogo entre a biologia, a agronomia, a geografia e as ciências sociais.

3.2 Alinhamento Estratégico

Este tema não surge de forma isolada; ele é o passo lógico seguinte na evolução do ConUCBio. Enquanto o III ConUCBio estabeleceu a fundação com "Natureza e Sociedade", focando na relação fundamental, o VI ConUCBio, com "Semiárido Vivo", aprofunda essa discussão. Ele avança da constatação de uma relação para a proposição de estratégias concretas e de futuro (Bioeconomia, Resiliência) e de métodos para construí-las (Saberes em Conexão).

Seção 4: Eixos Temáticos Estruturantes - A Arquitetura do Conhecimento

Para traduzir o tema central "Semiárido Vivo: Bioeconomia, Resiliência e Saberes em Conexão" em uma estrutura programática coesa e funcional, propõe-se a organização do VI ConUCBio em quatro eixos temáticos. Cada eixo funciona como um pilar que sustenta o tema central, guiando a submissão de trabalhos, a composição de mesas-redondas e minicursos, e o fluxo intelectual do evento.

Eixo 1: Bioprospecção e Inovação Sustentável: Do Gene ao Bioproduto

Este eixo é o coração da Bioeconomia e da inovação biotecnológica. Ele se concentra na pesquisa fundamental e aplicada que busca descobrir e converter os recursos biológicos e genéticos da Caatinga em produtos, processos e serviços de valor agregado, promovendo um ciclo virtuoso de conservação através do uso sustentável.

Foco: Abrange desde a pesquisa molecular e microbiológica até o desenvolvimento de cadeias produtivas. O percurso "do gene ao bioproduto" enfatiza a aplicação prática do conhecimento científico para gerar desenvolvimento regional.

Tópicos Sugeridos:

  • Biotecnologia de microrganismos extremófilos: isolamento, caracterização e aplicação de bactérias e fungos tolerantes a estresses para a produção de bioinsumos agrícolas.
  • Prospecção de compostos bioativos: busca por novas moléculas com atividade farmacológica (antimicrobiana, antitumoral), cosmecêutica e nutracêutica em plantas, animais e microrganismos da Caatinga.
  • Genômica, transcriptômica e proteômica: utilização de ferramentas ômicas para entender os mecanismos de adaptação de espécies nativas e identificar genes de interesse biotecnológico.
  • Bioeconomia e cadeias de valor da sociobiodiversidade: estudos sobre o potencial econômico e o manejo sustentável de produtos como méis de abelhas nativas (meliponicultura), frutos nativos (umbu, licuri, etc.), óleos e fibras.
  • Desenvolvimento de biomateriais: pesquisa com polímeros naturais, como gomas e celulose bacteriana, para aplicações na indústria da saúde e de alimentos.

Eixo 2: Ecologia da Conservação e Genética da Adaptação: Estratégias para um Futuro em Transformação

Este eixo aborda os desafios macroscópicos da conservação da biodiversidade e da manutenção dos serviços ecossistêmicos do semiárido em um cenário de rápidas mudanças ambientais e climáticas. O foco está na resiliência, combinando abordagens de ecologia de populações e ecossistemas com a genética da conservação.

Foco: Investigar as ameaças à biodiversidade e desenvolver estratégias baseadas na ciência para garantir a sobrevivência de espécies e a funcionalidade dos ecossistemas, valorizando o patrimônio genético local como ferramenta de adaptação.

Tópicos Sugeridos:

  • Genética da conservação de espécies endêmicas e ameaçadas: estudos sobre a diversidade e estrutura genética de populações de plantas e animais para subsidiar planos de manejo e conservação.
  • Manejo e conservação da agrobiodiversidade: o papel das sementes crioulas e dos bancos comunitários na segurança alimentar e na resiliência da agricultura familiar.
  • Conservação de recursos zoogenéticos: estratégias para a manutenção e o melhoramento de raças localmente adaptadas, como o gado Sindi, ovinos e caprinos.
  • Ecologia funcional e respostas às mudanças climáticas: como as espécies e os ecossistemas do semiárido respondem ao aumento da aridez, e quais os impactos nos serviços ecossistêmicos.
  • Restauração ecológica de áreas degradadas: técnicas e abordagens para a recuperação da vegetação e da funcionalidade de ecossistemas da Caatinga impactados pela desertificação.
  • Biologia da polinização e interações ecológicas: estudos sobre as redes de interação planta-animal e sua importância para a manutenção da biodiversidade e produção agrícola.

Eixo 3: Saúde, Ambiente e Sociedade: Diálogos Interdisciplinares para o Bem-Viver no Semiárido

Este eixo representa a dimensão humana e social do tema, conectando a biologia às questões de saúde pública, cultura e qualidade de vida no semiárido. Ele promove uma abordagem integrada e interdisciplinar, alinhada ao conceito de Saúde Única e à valorização dos saberes tradicionais.

Foco: Superar a visão puramente biológica para entender como os processos ecológicos e as dinâmicas sociais se inter-relacionam, impactando o bem-estar das populações humanas e buscando soluções que integrem diferentes formas de conhecimento.

Tópicos Sugeridos:

  • Saúde Única (One Health) no semiárido: investigações sobre a interface entre saúde ambiental, animal e humana, com foco em zoonoses, qualidade da água, doenças negligenciadas e contaminação ambiental.
  • Etnoecologia, etnobotânica e etnobiologia: registro, análise e valorização do conhecimento tradicional das comunidades locais (indígenas, quilombolas, agricultores) sobre o uso e manejo da biodiversidade.
  • Impactos das mudanças climáticas na saúde humana: análise dos efeitos do aumento de temperatura e da frequência de secas na segurança alimentar, nutricional e na saúde mental das populações.
  • Arqueologia e paleoecologia: estudos sobre a história profunda da ocupação humana no semiárido e as estratégias adaptativas desenvolvidas ao longo do tempo para conviver com as condições ambientais.
  • Saneamento ecológico e tecnologias sociais: desenvolvimento e aplicação de soluções de baixo custo e baseadas na natureza para o tratamento de água e esgoto em comunidades rurais.

Eixo 4: Educação Científica e Divulgação: Formando Protagonistas para a Realidade Regional

Este eixo é fundamental para a missão da UNEB como universidade pública e formadora. Ele se dedica à reflexão sobre como o conhecimento científico produzido sobre o semiárido é ensinado, comunicado e transformado em ferramenta de empoderamento e cidadania para a população da região.

Foco: Discutir as metodologias, os desafios e as potencialidades do ensino de biologia e ciências em um contexto semiárido, bem como as estratégias de divulgação científica que promovam a valorização da Caatinga e o engajamento social com a ciência.

Tópicos Sugeridos:

  • Ensino de biologia contextualizado: desenvolvimento de currículos, materiais didáticos e práticas pedagógicas que partam da realidade do bioma Caatinga.
  • O papel da extensão universitária: relatos de experiências e metodologias de articulação entre a universidade e as comunidades locais, escolas e movimentos sociais.
  • Divulgação científica para a valorização da Caatinga: estratégias para combater estereótipos e comunicar a importância da biodiversidade e da ciência regional para um público amplo.
  • Formação inicial e continuada de professores de ciências: desafios e propostas para preparar educadores para atuar no semiárido.
  • Diálogo de saberes na educação: como integrar o conhecimento científico e os saberes tradicionais na sala de aula para uma educação mais significativa e intercultural.
  • Ciência cidadã: projetos que envolvem a participação do público na coleta e análise de dados científicos, promovendo o engajamento com a pesquisa.

Seção 5: Sugestões Programáticas e Recomendações Estratégicas

Para garantir que a arquitetura temática proposta se traduza em uma experiência rica e impactante para os participantes, esta seção apresenta um conjunto de sugestões programáticas e recomendações estratégicas. Estas propostas visam materializar o tema e os eixos em atividades concretas, fortalecer parcerias e consolidar o VI ConUCBio como um evento de referência.

5.1 Propostas de Palestras Magnas e Mesas-Redondas

A escolha de palestrantes e a composição das mesas-redondas são cruciais para definir o tom e o nível do debate. Sugere-se convidar especialistas que sejam referência nos temas-chave do congresso, promovendo diálogos interdisciplinares.

Palestra Magna de Abertura

Título: "Bioeconomia da Caatinga: Ciência, Inovação e o Futuro Sustentável do Semiárido"

Sugestão: Convidar um(a) pesquisador(a) sênior ou gestor(a) de uma instituição de ponta na área, como a Embrapa Semiárido ou a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), para apresentar um panorama das oportunidades e desafios da bioeconomia na região.

Mesa-Redonda (Eixo 2)

Título: "Resiliência em Tempos de Mudança: Integrando a Conservação da Agrobiodiversidade e a Genética Animal"

Composição: Esta mesa pode reunir um(a) pesquisador(a) da Embrapa que trabalhe com a genética de raças adaptadas, um(a) representante de uma organização da sociedade civil que atue com sementes crioulas, como a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), e um(a) acadêmico(a) especialista em ecologia das mudanças climáticas.

Mesa-Redonda (Eixo 3)

Título: "Saúde Única e Saberes Tradicionais: Um Novo Paradigma para o Bem-Viver no Semiárido"

Composição: Propor um diálogo entre um(a) pesquisador(a) da área de saúde pública, possivelmente da Fiocruz, que estude os impactos ambientais na saúde, um(a) antropólogo(a) ou biólogo(a) especialista em etnoecologia, e um(a) representante de uma comunidade tradicional (indígena ou quilombola) para compartilhar sua perspectiva.

Palestra de Encerramento

Título: "Educar para Conhecer, Conhecer para Pertencer: O Papel da Universidade na Transformação do Semiárido"

Sugestão: Convidar um(a) educador(a) de renome, que possa refletir sobre o legado de Anísio Teixeira (nascido em Caetité, sede do III ConUCBio) e discutir o papel estratégico da universidade pública, como a UNEB, na formação de cidadãos críticos e engajados com a realidade regional.

5.2 Sugestões de Minicursos e Oficinas

Os minicursos e oficinas oferecem oportunidades de aprofundamento técnico e prático, sendo um dos grandes atrativos para os estudantes.

Minicurso Técnico

Título: "Introdução à Bioprospecção de Microrganismos do Solo da Caatinga: Do Isolamento à Análise do Potencial Biotecnológico"

Conteúdo: Baseado nas pesquisas de ponta sobre bioinsumos, este minicurso pode oferecer noções práticas de técnicas microbiológicas.

Minicurso Metodológico

Título: "Ferramentas de Genética Molecular para Estudos de Conservação"

Conteúdo: Abordar técnicas básicas de extração de DNA, PCR e análise de dados para estudos de diversidade genética em populações selvagens.

Oficina Interdisciplinar

Título: "Metodologias em Etnoecologia: Registrando e Valorizando o Conhecimento Local"

Conteúdo: Uma oficina prática sobre técnicas de entrevista, observação participante e sistematização de dados para projetos que dialogam com saberes tradicionais.

Oficina Pedagógica

Título: "Criação de Materiais Didáticos para o Ensino de Biologia no Contexto da Caatinga"

Conteúdo: Inspirada em iniciativas como a I Mostra de Materiais Didáticos do V EnBio, esta oficina pode capacitar futuros professores a desenvolverem recursos pedagógicos contextualizados.

5.3 Recomendações Estratégicas

Para além da programação, algumas ações estratégicas podem ampliar o alcance e o legado do VI ConUCBio.

Fortalecer Parcerias Institucionais

É fundamental estabelecer e fortalecer laços com as principais instituições de pesquisa que atuam no semiárido, como a Embrapa Semiárido, o Instituto Nacional do Semiárido (INSA), a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).

Manter e Valorizar o Protagonismo Discente

O ConUCBio tem em sua origem o fato de ser um evento "planejado e desenvolvido pelos discentes". Esta característica deve ser preservada e incentivada, delegando aos Diretórios Acadêmicos e estudantes a liderança na organização de atividades específicas.

Promover a Conexão com a Comunidade Local

Para que o eixo "Saberes em Conexão" seja mais do que um conceito, recomenda-se a organização de ao menos uma atividade aberta à comunidade da cidade-sede. Isso pode tomar a forma de uma feira de ciências em uma praça pública, uma roda de conversa com agricultores, raizeiras e "guardiões de sementes", ou visitas guiadas de escolas públicas ao evento.

Garantir a Publicação Qualificada dos Trabalhos

Para valorizar a produção científica dos participantes e ampliar a disseminação do conhecimento gerado, a comissão organizadora deve buscar parceria com um periódico científico qualificado para a publicação dos anais ou de uma edição especial com os melhores trabalhos apresentados.

Conclusão: A implementação dessas sugestões, em conjunto com a estrutura temática proposta, tem o potencial de fazer do VI Congresso Unebiano de Ciências Biológicas não apenas um evento de sucesso, mas um marco na consolidação de uma comunidade científica vibrante, engajada e protagonista na construção de um futuro sustentável para o semiárido.

Referências

1. I ConuCBio - Palestras - YouTube, acessado em setembro 16, 2025, https://www.youtube.com/playlist?list=PL_A4P_TQlfcePqnni8-sKnir2FXJNnlXi
2. I ConuCBio - Cerimônia de Abertura + Palestra Tráfico de animais silvestres - YouTube, acessado em setembro 16, 2025, https://www.youtube.com/watch?v=6g0fkIbAY7Y
3. 48 - sge.uneb.br, acessado em setembro 16, 2025, https://www.sge.uneb.br/inicio/list?offset=940&max=20&sort=id&order=asc&tipo=3&format=
4. II ConUCBio - Congresso Unebiano de Ciências ... - sge.uneb.br, acessado em setembro 16, 2025, https://www.sge.uneb.br/conucbio2022
5. ConuCBio - YouTube, acessado em setembro 16, 2025, https://www.youtube.com/channel/UCctfadt6X6dnZL5DUHA1ypg
6. II ConUCBio: evento gratuito está com inscrições abertas | CRBio-08 - Conselho Regional de Biologia - 8ª Região, acessado em setembro 16, 2025, https://crbio08.gov.br/noticias/institucionais/ii-conucbio-evento-gratuito-esta-com-inscricoes-abertas/
7. III CONGRESSO UNEBIANO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - Even3, acessado em setembro 16, 2025, https://www.even3.com.br/iii-congresso-unebiano-de-ciencias-biologicas-384925
8. III CONUCBIO - YouTube, acessado em setembro 16, 2025, https://www.youtube.com/watch?v=7XcqnTHljck
9. IV CONGRESSO UNEBIANO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - Even3, acessado em setembro 16, 2025, https://www.even3.com.br/ivconucbioalagoinhas-458671/
10. A caatinga nordestina pode ser melhor aproveitada com uso da bioeconomia, acessado em setembro 16, 2025, https://nordesterural.com.br/a-caatinga-nordestina-pode-ser-melhor-aproveitads-com-uso-da-bioeconomia/
11. Pesquisador baiano utiliza bactérias da caatinga como bioinsumo para combater a seca, acessado em setembro 16, 2025, https://www.fapesb.ba.gov.br/pesquisador-baiano-utiliza-bacterias-da-caatinga-como-bioinsumo-para-combater-a-seca/
12. Potencial dos micro-organismos da Caatinga: uma abordagem molecular. - Portal Embrapa, acessado em setembro 16, 2025, https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1001293/potencial-dos-micro-organismos-da-caatinga-uma-abordagem-molecular
13. Conheça o projeto BIOTEC CAATINGA: inovação aplicada à biodiversidade da Caatinga, acessado em setembro 16, 2025, https://fade.org.br/conheca-o-projeto-biotec-caatinga-inovacao-aplicada-a-biodiversidade-da-caatinga/
14. Potencial antimicrobiano de extratos e moléculas isolados de plantas da Caatinga: uma revisão | Revista Fitos, acessado em setembro 16, 2025, https://revistafitos.far.fiocruz.br/index.php/revista-fitos/article/view/380
15. Bioeconomia é aposta para uso da Caatinga no desenvolvimento do Semiárido, acessado em setembro 16, 2025, https://www.embrapa.br/en/busca-de-noticias/-/noticia/89593094/bioeconomia-e-aposta-para-uso-da-caatinga-no-desenvolvimento-do-semiarido
16. Sudene apresenta oportunidades da bioeconomia para o semiárido - Portal Gov.br, acessado em setembro 16, 2025, https://www.gov.br/sudene/pt-br/assuntos/noticias/sudene-apresenta-oportunidades-da-bioeconomia-para-o-semiarido
17. I Simpósio de Meliponicultura do Bioma Caatinga 2023 - Eventos - Ciessência, acessado em setembro 16, 2025, https://ciessencia.com/eventos/i-simposio-de-meliponicultura-do-bioma-caatinga-2023/
18. Seminário apresentará avanços e oportunidades da Bioeconomia na Caatinga, acessado em setembro 16, 2025, https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/89370257/seminario-apresentara-avancos-e-oportunidades-da-bioeconomia-na-caatinga
19. Conservação de variedades crioulas no Semiárido - Dia de Campo na TV - YouTube, acessado em setembro 16, 2025, https://www.youtube.com/watch?v=iMF7XbefzXg
20. SEMENTES CRIOULAS NO SEMIÁRIDO, IMPORTÂNCIA E DESAFIOS: UMA REVISÃO DE ESCOPO MINÉIA PATRÍCIA GÓES ARRUDA - IME Events, acessado em setembro 16, 2025, https://ime.events/coneamb2023/pdf/28863
21. Sementes do Semiárido - ASA Brasil, acessado em setembro 16, 2025, https://asabrasil.org.br/projeto/sementes-do-semiarido/
22. Gado resistente ao calor ganha certificação genética no Semiárido - Portal Embrapa, acessado em setembro 16, 2025, https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/101108337/gado-resistente-ao-calor-ganha-certificacao-genetica-no-semiarido
23. Gado resistente ao calor ganha certificação genética no Semiárido - nutriNews, a revista de nutrição animal, acessado em setembro 16, 2025, https://nutrinews.com/pt-br/gado-resistente-ao-calor-ganha-certificacao-genetica-no-semiarido/
24. Gado resistente ao calor ganha certificação genética no Semiárido - Notícias Agrícolas, acessado em setembro 16, 2025, https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/boi/402158-gado-resistente-ao-calor-ganha-certificacao-genetica-no-semiarido.html
25. Monitor de Saúde do Semiárido | Observatório de Clima e Saúde, acessado em setembro 16, 2025, https://climaesaude.icict.fiocruz.br/monitor-de-saude-do-semiarido
26. Metadados do item: Agentes parasitários de importância em saúde única em solos de praças públicas em Patos, Paraíba, Semiárido do Nordeste Brasileiro. - Oasisbr, acessado em setembro 16, 2025, https://www.oasisbr.ibict.br/vufind/Record/UFCG_00d5ea54846bcfffee526cf90d5f5a52
27. UVA realiza o VI Fórum Brasileiro do Semiárido - Universidade Estadual do Vale do Acaraú, acessado em setembro 16, 2025, https://www.uva.ce.gov.br/2024/02/19/uva-realiza-o-vi-forum-brasileiro-do-semiarido/
28. Apresentação | Fórum Semiárido 2020 | Brasil, acessado em setembro 16, 2025, https://www.forumbrasileirodosemiarido.com.br/apresentacao
29. Pesquisadores da Uneb fazem descobertas pré-históricas no Semiárido Baiano, acessado em setembro 16, 2025, https://tribunadoreconcavo.com/pesquisadores-da-uneb-fazem-descobertas-pre-historicas-no-semiarido-baiano/
30. Começa amanhã (25) o I Encontro de Divulgação Científica do Semiárido, em Senhor do Bonfim (BA) - Univasf, acessado em setembro 16, 2025, https://portais.univasf.edu.br/noticias/comeca-amanha-o-i-encontro-de-divulgacao-cientifica-do-semiarido-em-senhor-do-bonfim-ba
31. HOME | Conhecendoacaatinga - Wix.com, acessado em setembro 16, 2025, https://simposiodacaatinga.wixsite.com/conhecendoacaatinga
32. I SIMPÓSIO DE MELIPONICULTURA DO BIOMA CAATINGA PROFISSIONALIZAÇÃO COM SUSTENTABILIDADE - UESB, acessado em setembro 16, 2025, https://www2.uesb.br/biblioteca/wp-content/uploads/2024/07/ANAIS-DO-I-SIMP%C3%93SIO-DE-MELIPONICULTURA-DO-BIOMA-CAATINGA.pdf
33. Pesquisa sobre a Caatinga amplia conhecimento sobre o bioma - Governo da Paraíba, acessado em setembro 16, 2025, https://paraiba.pb.gov.br/diretas/secretaria-da-ciencia-tecnologia-inovacao-e-ensino-superior/noticias/pesquisa-sobre-a-caatinga-amplia-conhecimento-sobre-o-bioma
34. EnBio - V Encontro de Biologia, acessado em setembro 16, 2025, https://enbio.com.br/
35. Pesquisadores fundam Sociedade Científica do Semiárido Brasileiro | CRBio-08 - Conselho Regional de Biologia - 8ª Região, acessado em setembro 16, 2025, https://crbio08.gov.br/noticias/meio-ambiente/pesquisadores-fundam-sociedade-cientifica-do-semiarido-brasileiro/
36. Pesquisa propõe novo mapeamento para a biodiversidade da caatinga e faz alerta sobre sua conservação - Agência UFC - Universidade Federal do Ceará, acessado em setembro 16, 2025, https://agencia.ufc.br/pesquisa-propoe-novo-mapeamento-para-a-caatinga-e-mostra-que-mais-da-metade-de-sua-mata-ja-foi-destruida/
37. Revista Semiárido De Visu - v. 13, n. 2, 2025 (Edição Especial), acessado em setembro 16, 2025, https://semiaridodevisu.ifsertao-pe.edu.br/index.php/rsdv/issue/view/45